Mulheres do Palmital assistem “ROSA CHOQUE”

Grupo coordenado por Thayara Bruna só não esperava que show que aborda violência contra a mulher fosse começar fora do teatro com cenas do cotidiano e personagens da vida real

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Nesta quarta-feira, 19 de outubro, o Grupo de Mulheres Empoderadas do bairro Palmital, coordenadas pela psicóloga Thayara Bruna, na ONG Casa Sr Tito – GEAA, foram assistir, no Zap 18, a peça ROSA CHOQUE. O espetáculo aborda a violência contra a mulher em diversas formas: violência sexual, violência social, violência moral. “Rosa Choque” tem concepção e atuação dos atores Cris Moreira e Guilherme Téo, dramaturgia de Assis Benevenutto e Marcos Coletta, e direção de Cida Falabella.

Porém, o mais triste foi ver que não é preciso recorrer aos jornais para presenciar a violência contra a mulher no cotidiano. Ao chegarmos com o grupo de mulheres ao teatro, deparamos com um homem apanhando uma pedra gigante para agredir fisicamente sua cônjuge, sobre o pretexto de que estava apenas fazendo um carinho nela. Em momento algum sentiu-se intimidado, mesmo sob ameaças de que o grupo chamaria a Polícia, ou mesmo sob olhares intimidadores de pessoas que passavam na rua presenciando as agressões.

“É muito desesperador ver a situação acontecer ao seu lado, já vivi isso na pele, e não importa a classe social, o problema é mais comum do que se imagina”, diz Micheli.

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E foi exatamente o que espetáculo trouxe à cena: a violência contra a mulher, além das diferenças físicas e biológicas, o que distingue homens e mulheres no imaginário da nossa sociedade. Em um mundo no qual essa violência está naturalizada e baseada em padrões de comportamento enraizados, “Rosa Choque” propõe ao público o deslocamento do seu ponto de vista, para suscitar a discussão a partir de outros olhares. “Achei interessante o fato de os atores já aguardarem o público nus nos acentos da plateia, pois já vai causando certo estranhamento e curiosidade, ao mesmo tempo, ao entender a peça, admiro a coragem, pois, poderia provocar também comentários machistas, sim, dependendo do público”, pondera uma espectadora. Um dos pontos altos dos espetáculos foi quando a atriz, Cris Moreira, compartilha seu drama vivido ainda infância em que foi abusada sexualmente. Algumas mulheres da plateia se identificaram com a atriz, e mesmo sentindo-se desconfortáveis, conseguiram falar pela primeira vez sobre o problema. Para os atores, engajar homens e mulheres em diversos assuntos abordados, e liberta-los de violências tão presentes no cotidiano tem sido o maior legado do espetáculo que continua em cartaz em BH.

Já para a organizadora do PROJOVEM, Mari Sabino, o grupo de mulheres empoderadas puderam compreender ações que nos ajudam repensar ações que vemos, ouvimos e reproduzimos: “Por que ensinamos as meninas a temer os homens? Por que não educarmos os meninos para respeitar as mulheres?”, pondera.

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